Textos Selecionados

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quinta-feira, 20 de maio de 2010

A 3ª Guerra Mundial –dita “a Fria”: a Guerra da nossa geração


A 2ª Grande Guerra terminou em 1945 sob as lamentáveis e desnecessárias explosões nucleares sobre o Japão, naquele que é considerado o maior crime de guerra do mundo.
As forças nacionalistas foram a grande derrotada naquele conflito, que depois de findado seguiram sendo perseguidas pelos principais vitoriosos, os Capitalistas e os Comunistas que integram o “materialismo histórico-dialético” do filósofo Karl Marx.
Devido à polarização alimentada pelo nazi-fascismo, muitos Estados nacionalistas e socialistas viram-se forçados a apoiar os Aliados. Mesmo assim, muitas destas nações tiveram, durante a posterior Guerra Fria, a sua soberania violada ao menor sopro de intenção socialista ou capitalista, a depender da esfera-de-influência na qual se encontrassem na Terra.
A Guerra Fria inaugurou a era das guerras “táticas” não-declaradas, um dos sinais da sua hipocrisia. De “fria” nem teve tanto assim, e mantém um número de mortos não-computados, nela tendo se praticado ostensivamente a tortura e o “desaparecimento”, consolidando o seu caráter de “guerra suja”. E sob o pretexto de combaterem-se mutuamente –embora, naturalmente, também o fizessem acérrimamente-, Capitalismo e Comunismo levaram de roldão o Nacionalismo e o Socialismo, quase indistintamente, que são realidades não tão “materialistas” e visam um conceito social de bem-estar, apesar do Nacionalismo ser vulnerável à xenofobia e o Socialismo ser suscetível ao materialismo.
Em 1955 começa o Movimento dos Países Não Alinhados (MNA), com adesão maciça dos países africanos e asiáticos, durante a Conferência Ásia-África realizada na Indonésia. O Islã e o Budismo formaram em bloco, o cerne desta frente de resistência ao “materialismo dialético” imperialista.
Os abusos e excessos da bipolarização mundial, aumentava o descontentamento dos jovens, e na década de 60, a Guerra do Vietnam suscitou controvérsias tais, que culminaram nos protestos generalizados dos estudantes em 1968. Nesta data eclodiram fortes e importantes movimentos, as forças de Esquerda se fortaleceram, mas também teve início o movimento underground. As drogas eram uma opção infeliz para aqueles a quem a política mostrava uma face horrenda ou simplesmente estava vedada, enquanto que a guerrilha, a perseguição política e o exílio não sorriam com melhores perspectivas aos que faziam uma opção mais “engajada”.
O Golpe no Chile em 1973, deu um basta às esperanças de chegar ao socialismo pelas vias democráticas, e muitos intentos pela via armada já haviam sido desbaratadas. Com isto, podemos dizer que começa a se fortalecer um Movimento Alternativo, que alcançou o seu ápice na década de 80, quando também encera a ditadura militar no Brasil, 40 anos após o fim da Segunda Guerra. Foi este um bom momento para as buscas espirituais, e correspondeu ao último auge da Guerra Fria, que teria fim em 1991.
A Morte de John Lennon em dezembro de 1980, representaria para muitos um alerta ante a insanidade crescente da sociedade civil e um chamamento interior (busca do “Graal”), anunciando a escuridão da década que o funesto evento abria, no advento da terre gaste no sentido mais amplo do termo, incrementando também por isto a luta ambientalista.
A “cultura alternativa” é a semente de novos valores e modos de vida, nela estão as sementes das classes superiores de uma sociedade. Na lenda áurea, ela aparece na vida de Jesus sempre que ele se dirige para o deserto, desde que a sua família se refugiou no Egito para escapar das perseguições de Herodes contra os inocentes, que terminaria por vitimar todos os meninos com menos de dois anos. No deserto estavam as comunidades místicas como a dos Essênios (onde vivia João Batista) e dos Terapeutas, aqueles às margens Mar Morto e estes últimos no Egito, foco das buscas espirituais. O Egito era não apenas sinônimo de civilização avançada, mas também de vida espiritual.
O Muro de Berlim caiu já em 1989, anunciando a reunificação da Alemanha em 1990. A partir destes eventos, começou um novo momento mundial, que já ali se anunciava com a entrada em cena de um novo inimigo eleito pelo imperialismo triunfante: o Islã, a partir da Guerra do Golfo de 1990. Estes eventos mereceram aos EUA serem chamados de “democracia imperialista” por parte do papa João Paulo II.
O desfecho deste ciclo de 44 anos (1945-1989), foi preparado por vários agentes e acontecimentos. A Guerra Fria levou a União Soviética a um esgotamento, o que chegou num ápice sob a catástrofe ambiental de Chernobil (1986), que alcançou a Europa Ocidental e desativou a maior área agrícola da União Soviética, além de contar com a política anti-soviética da Igreja de João Paulo II.

Acontecimento ocultos

O final da Guerra Fria, também foi anunciado por certos eventos espirituais sucedidos nos seus últimos anos. Em 1987 foi divulgada a ocorrência de um importante evento denominado “Convergência Harmônica”, durante o qual “o Céu e a Terra tornaram-se Um (...) através dos esforços unificados de toda a Companhia do Céu e dos Trabalhadores da Luz em todo o mundo” (www.caminhosdeluz.org/A-196.htm). Tratava-se de uma aproximação simbólica do centro da Hierarquia de Luz com o centro especial da Humanidade dos Novos Servidores do Mundo. O ano seguinte foi marcado por acontecimentos ocultos igualmente significativos ao nível da Hierarquia, a ponto de, para dois conhecidos Servidores da Luz brasileiros, a data passar a ser considerada “o início da nova Era”. O evento pode estar relacionado à chegada do Cristo, anunciada através de Alice A. Bailey para suceder “em torno de 1980 se tudo ocorrer conforme o previsto”. O GOM –“Governo Oculto do Mundo”, ligado à Loja Branca-, tem muitas formas de atuar e ajudar a humanidade, e uma delas é a simples iluminação dos Mestres, atuando como o acender uma luz num quarto escuro. O resultado difuso é imediato e pode ser sentido no mundo todo.
Pode-se notar que a somatória estes eventos finais, resultaram numa mudança considerável da atmosfera psíquica no planeta. A obscuridade e a ausência de esperanças dos anos 80, estava representada nas modas e nos modismos quase invariavelmente negros que ali se desenvolveu. Mas com a chegada da década de 90, a esperança subitamente se renovou, eclodindo de imediato o boom da literatura de auto-ajuda que sinalizava de modo pontual a redespertar das consciências.
Por esta razão, na seqüência de tudo isto, a “Rio 92” também sinalizava um dos aspectos mais positivos dos novos tempos. E aos poucos, o nacionalismo também retoma o seu lugar na História -este que é o sistema social mais autêntico da presente época do mundo-, e hoje se fortalece na América Latina.

Acontecimento principais da “Guerra Fria”

Abaixo, arrolamos alguns dos mais importantes eventos do período da “Guerra Fria”, que durou “oficialmente” de 1945 a 1991.
1947. Libertação e independência da Índia, sob a estratégia vitoriosa de resistência civil do Mahatma Gandhi. A Índia irá se tornar uma liderança entre os Países Não Alinhados.
1949. Revolução Chinesa é vitoriosa. Mao Tsé-Tung vence as forças nacionalistas de Chiang Kai-shek ao cabo da longa Guerra Civil Chinesa (1926-1949).
1950. Invasão chinesa do Tibet, uma área estratégica e vulnerável.
1950-1953. Guerra da Coréia, que dividiu o país, uma situação que ainda perdura.
1955. Organização do Movimento dos Países Não Alinhados.
1959. Revolução Cubana é vitoriosa. Em 1979, Fidel Castro preside o Movimento Não Alinhado.
1959. A Fuga do Dalai Lama consolida a queda do sagrado bastião tibetano, inaugurando a diáspora tibetana e a difusão desta rama de budismo pelo mundo.
1959-1975. Guerra do Vietnam, com a derrota final americana no maior confronto armado que os EUA se envolveu.
1962. A chamada “Crise dos Mísseis” centralizada em Cuba, eleva a um auge as tensões no mundo bipolarizado.
1964-1984. Golpe e Regime Militar no Brasil, país estratégico que serviu de base para a proliferação de golpes-de-estados na América do Sul.
1968. Inúmeras manifestações, sobretudo estudantis, contra os regimes autoritários. Assassinatos de Martin Luther King e de Robert Kennedy, sob o recrudescimento do maccarthismo.
1973. Golpe no Chile, finalizando as expectativas democráticas pós-socialistas. Técnicas nazistas são empregadas ali e na Argentina (Golpe de 1976), sob a cooptação dos oficiais nazistas refugiados nestes dois países que hesitaram em apoiar os Aliados.
1978-2005. Pontificado do Papa polonês João Paulo II (Karol Wojtyla), combatente diplomático e espiritual do regime e dos interesses soviéticos.
1979-1989. Invasão soviética do Afeganistão, que termina com a retirada humilhada dos russos.
1980. A Morte de John Lennon, desencadeia uma conscientização tácita da crise espiritual global, e toda uma geração “alternativa” sente ali a orfandade e começa a repensar as suas atitudes.
1986. Desastre ambiental de Chernobil, anunciando “o começo do fim”
1987-8. Convergência Harmônica e “Nova Era”.
1989. A Queda do Muro de Berlim encerra uma era da História e reacende de vez as esperanças da Humanidade.
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sexta-feira, 27 de março de 2009

A Pena e a Espada*


Para os filosofos antigos, a obra da civilização tem sido edificada sobre os pilares da ordem e do saber. Por isto, nas teologias do Oriente e nas mitologias da época clássica, o aspecto civilizador na Trindade geralmente apresenta dois atributos principais: a pena e a espada.
Ao modo de Atenas-Minerva e do bodhisatwa Manjushri, Kuan Ti foi um dos maiores generais da China antiga (ver imagem ao lado). Na mitologia chinesa, "Kuan Ti acumulava as funções de deus da guerra com as de deus da literatura. Era uma divindade civilizada que conseguia evitar a guerra e manter a justiça." (Anthony Cristie, Biblioteca dos Grandes Mitos e Lendas Universais, Ed. Verbo, Lisb./SP, 1093). Eis perfeitamente delineado a prática do "caminho do meio", e podemos dizer que tais divindades expressam a visão aristocrática de mundo. O conhecimento tem a virtude de evitar que os extremos se acirrem. É o líder quem teria o dom de fazer isto, pois todo o Pacificador é um líder natural, um estadista. Isto está presente nas palavras de Jesus: "Bem-aventurados os pacíficos, porque eles herdarão a terra" (Mt 5,5).
O símbolo da espada ressurge com força na esperada última encarnação de Vishnu, o Kalki Avatar, comumente representado sobre o seu cavalo branco brandindo uma cimitarra, de modo semelhante a como aparece no Apocalipse com seu arco ou com uma espada na boca, representando assim o Verbo ou o Logos. Mas, novamente, é dito que suas vitórias virão sem o derramamento de sangue, porque conquistadas pela luz do conhecimento que derramará em abundância, donde o símbolo do Aguador (Aquário) que lhe corresponde.
Tudo o que é fecundo surge do equilíbrio, e assim ocorre na harmonia entre conhecimento e prática. Permanecer num destes extremos, representa perder a oportunidade da experiência real e a colheita dos frutos duradouros. Apenas saber é inútil e alimenta a vaidade, sendo motivado pela soberba. Como disse São Paulo: "O conhecimento incha, o amor enobrece." (temos aqui já outro par: ciência e amor.) Por sua vez, apenas fazer é vão e cego, sendo motivado pela cobiça e a superficialidade. Por isto disse Jesus: "Busqueis um tesouro no céu onde as traças e os ladrões não alcançam".
Basicamente, se trata de saber harmonizar o conhecimento com a ação, de modo a usar o conhecimento para a luta e a luta para obter o saber. Batalhar com conhecimento pode ser mais que estratégia marcial, podendo se manifestar, por exemplo, numa atividade educacional dinâmica, criativa e transformadora. Por sua vez, uma guerra apenas pode ser justificada e realmente vencida, se embasada por conhecimento profundo e não por desejos pessoais –como disse alguém, "se vais empreender uma batalha, te assegures de que Deus está ao teu lado". Quando o avatar Krishna liderou a facção de seu pupilo Arjuna, dirijia a luta sem apego ou aversão, apenas com o sentimento de cumprir o seu dever pela causa da lei divina (dharma). Um sábio universal conhecer o ideal e o universal, mas sem perder de vista o real e o particular, que é, afinal de contas, o próprio caminho que conduz à meta. A vantagem de conhecer o geral, está em não cair em extremos e, assim, poder de início cooptar melhor os colaboradores e, depois, preservar mais facilmente a nova ordem.
Arjuna hesitava em lutar contra os seus parentes, pois o homem comum hesita em se debater contra aquilo com que se identifica, permanecendo assim na inércia e sem alcançar o superior. Nisto reside a reafirmação da necessidade do guia clarividente. Por outro lado, ele seria capaz de lutar apenas por seus oponentes não serem parentes seus, afrontando igualmente a lei maior. Por isto, são necessários os Mestres, para conduzir pelo caminho central, seja de que forma for, livre de apegos e aversões.
De fato, a forma como os opostos são empregados é secundária. O importante é que estejam reunidos. O Taoísmo mostram que Ying e Yang (as polaridades em geral) podem ser buscados com proveito, se houver uma semente de equilíbrio no interior de cada um. Assim, os Farroupilhas travaram uma boa luta quando reivindicaram justiça ao Império brasileiro; além disto, estavam inspirados pelos ideais iluministas e se adiantaram ao seu tempo. Antes disto, as Missões Jesuíticas, idealizadas sob o ideário Renascentista por alguns dos homens mais brilhantes da época, e já retornando ao inspirar por sua vez os Iluministas, também tiveram páginas heróicas e gloriosas.
Seria oportuno mencionar o exemplo do grande samurai Musashi que, ao avançar em idade, abandonou a espada e começou a empregar o pincel para praticar a caligrafia Zen e a escrever seus pensamentos sobre a arte da estratégia marcial. É também o caso de Sun Tzu, além de Sócrates e Xenofonte. Assim, um inspirado estrategista pode legar as suas experiências e estilo, para que outros possam usar teoria e prática a um só tempo. A perfeição reside, certamente, na superação virtual dos opostos, o que, todavia, apenas se alcança praticando-os.
Mas, no Ocidente, teoria e prática foram cada vez mais afastados nos últimos 500 anos –um hábito muito "republicano", aliás. Alguns acumulam muita informação, e outros praticam muita atividade. E com a Modernidade, filosofia e religião se tornaram profundamente divorciados de política e economia. Capitalismo e Comunismo são reflexos desta dicotomia, cada um enfatizando teoria ou prática, e deixando o outro ao "Deus dará".
O Comunismo marxista, foi o império da práxis, tanto que ali se implantou o chamado "socialismo real". Seu fracasso pode ser atribuído à falta de conhecimento. O Capitalismo, por sua vez, manteve-se amplamente na teoria, na medida em que os valores propagados apenas puderam benefiar uns poucos. Assim, seu fracasso também pode ser creditado à falta de prática (talvez o realismo monárquico almeje aqui um equilíbrio).
Mas tudo é relativo, e ambos apresentam os dois aspectos. Nos anos 60, a juventude se dividiu de certa forma entre os que buscaram uma vida alternativa e os que optaram pela luta armada. Estas opções denotam talvez um certo extremismo, na medida em que nenhum lado tampouco realizou, aparentemente, algo de mais profundo.
Tal coisa não acontecia no Oriente, onde abundam símbolos e mitos reunindo ambas as realidades. No Islã, por exemplo, política e religião formam uma unidade. Mas é no Oriente que a unidade da pena e a espada está institucionalizada há milênios, através de suas mitologias.
O Budismo tibetano tem uma deidade similar ao Huang Ti chinês. O bodhisatwa Manjushri ostenta nas mãos um livro e uma espada-vajra. Seu trono é um leão branco, sugerindo a função monárquica. No Tibet, o trono real é intitulado "trono do leão branco", e Manjushri é visto como o patrono dos reis. Assim, o saber e a autoridade surgem como os instrumentos básicos do monarca. A espada é também um emblema da palavra, e no México o soberano era intitulado Tlatoani, "Aquele que fala".
Na Índia, um deus de nome assemelhado, Manu, mestre da civilização, é visto como fonte das instituições do Brahmanismo, que é a cultura hindú clássica. O Manu é o avatar ou a manifestação de Brahma, o deus criador. Dele emanam as castas, não como forças hereditárias, mas como natureza especifica de setores da sociedade, reunidas na unidade divina e dela emanada. Esta função emanativa expressa, na verdade, uma atividade central, solar ou irradiatória, posto que todo o verdadeiro rei está acima das classes e as comporta, na medida em que é perfeitamente capaz de atender os interesses comuns, sem prejuízo de nada, para a harmonia da sociedade no seu conjunto.
As castas emanam da boca (sacerdotes), mãos (guerreiros), ventre (comerciantes) e pés (servidores) do Manu. Podemos dizer que o livro e a espada representam aqui as classes dos sacerdotes e dos guerreiros –as únicas que os hindus reconhecem como credenciadas para o poder– porém, não estariam capacitadas à consciência universal: a figura do Manu, isto sim, significa a existência a uma força-de-unidade acima das divisões, e esta Entidade se manifestava regularmente como guardiã da ordem geral, até na forma dos reis iluminados segundo os mitos antigos, legitimando a existência das castas enquanto especificações da atividade divina. Assim, o Manu era não apenas um deus-civilizador, que encarnava no mundo como protótipo racial no início das eras, mas também, numa outra escala, os divinos regentes, presentes regularmente no seio das sociedades eleitas, não obstante através de um "Governo Paralelo" de divinos conselheiros.
O próprio Manu é um todo e, antes de tudo, se trata da Mente universal. Em sânscrito, mente é manas. O Manu é o Mentor portanto (e também Guia), e não somente o "Pensador" como costuma ser traduzido. Na trindade Espírito-Alma-Mente, o Manu corresponde, pois, mais especificamente à última.
Porém, a mente é dual, e por isto Manjushri é o Deus do conhecimento em sua dupla natureza: concreto (ciência) e abstrato (ocultismo) –outra visão da dualidade pena-espada. Como a idéia de manifestação traz consigo a da evolução, e esta a de ciclos, Manjushri está especificamente vinculado à doutrinas como a Astrologia e a Alquimia, que no Budismo do Norte fundamentam os sistemas Kalachakra. No Bramanismo, também existem determinações de ordem política, social e conjugal fundadas sobre tais ciências.
Mas a espada representa ainda a justiça ativa, a força equilibrante que restaura a harmonia a todo custo, ou aquilo que no Oriente se costuma chamar de carma. Trata-se do caminho da atividade física e da experiência.

* Da obra "Sociologia Universalista", Luís A. W. Salvi, Ed. Agartha, 2008, AP.


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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O Discurso da Salvação - Um Chamado Cósmico


Amigos, eu vou cometer uma ousadia: a de servir de porta-voz para Deus!
Afinal... sendo espírito, Deus não tem mesmo voz própria, e se vale da voz daqueles que O amam e defendem Suas causas com plena determinação.
Deus quer que todos respeitem a sua Criação. Mas se isto não for possível, que pelo menos alguns a protejam e defendam de forma determinada.
Ele sabe que isto não é pedir pouco, mas é necessário, porque se não for feito, bem pouco restará para outros usufruírem no futuro, e o planeta deixará de ser um palco para a evolução cósmica –o único que até agora se conhece!
Imaginem se perder a única referência de evolução superior de que se tem notícia! É como se todo o universo perdesse o sentido de ser, e não apenas um planeta entre outros possivelmente habitados por homens e deuses.

Sim, o Altíssimo sabe que existem riscos em seus pedidos, nas tarefas que ele apresenta. Mas o risco de perder toda a magia e beleza, saúde e pureza, é infinitamente pior...
Porque, sem isto, a vida simplesmente não teria sentido, e nenhum ser humano deveria aceitar subsistir sem um sentido.
De que adianta viver, afinal, sem todas estas coisas belas e boas que conhecemos? A que chegaremos deste modo? Todo o objetivo da Criação se perderia. Pois a evolução da alma e a libertação da consciência estariam comprometidas, entre carências infinitas, dentro de organismos sempre enfermos, preocupados unicamente em subsistir o mais possível.
Quem ama realmente a vida, quem é digno dela, haverá de atender este chamado cósmico.
Estas gerações devem ter clara consciência de que grandes crises ambientais estão chegando, e que suas memórias devem servir de ponte para a regeneração futura. Cada cheiro, cada gosto e cada visão das coisas puras devem ser guardados na memória e no coração. E se porventura vier o Caos Maior (mas não apostaremos nisto, e sim em evitá-lo), não poderá tardar mais que algumas poucas décadas após o Grande Cataclisma para se começar a recolocar as coisas em ordem, com a necessária paixão e até o necessário radicalismo que certas horas demandam: causa e efeito, esta é a Lei. Pois –entendam!– isto apenas pode ser feito por aqueles que sabem valorizar os potenciais da natureza e da vida, em função de experiências havidas. A vida humana é frágil, e é preciso exaltar cada pequeno elo.

Então, apesar de toda esta grande lógica do cooperar, o Senhor ainda está disposto a negociar. Porque Ele realmente tem muito a oferecer.
Assim, além de toda a natureza e magia natural, ele também oferece dons de perfeição e superação em todas as coisas. Muitas pérolas e maravilhas sagradas Ele tem a vos oferecer. Pois Deus é de fato muito rico, e reserva muita coisa que o ser humano não conhece, mas que certamente sonha e deseja no mais fundo de seu coração.
A cada novo ciclo o Senhor abre o seu baú de jóias para liberar algumas novidades, além de dar um polimento às conquistas antigas que em boa parte andam apagadas.
E estas são coisas eternas, contendo beleza e harmonia. São perfeitas porque trazem o dom de reunir céu e terra, e todos os demais opostos, alcançando através disto uma transcendência mesma destes opostos.
Mas nisto, a chave de sua conquista reside justamente em respeitar a toda esta plêiade de fatores. E que envolve, basicamente, os elementos da Trindade Criador-Criatura-Criação.
Deus quer que entendais que existem grandes equívocos nas religiões que separam céu e terra. Que prometem a salvação, apesar da devastação –o que termina por resultar em um grande egoísmo: “depois de mim, o dilúvio”.
Os Antigos, através de seus cultos naturalistas, não cometiam este tipo de impropério filosófico suicida. Eles sabiam que tudo está relacionado e que é Uma Só Coisa. O chamado deus-uno é, na verdade, um Deus-de-Unidade! Não há como conhecer o Criador, senão de início através da Criação, e em seguida da própria Criatura. Então sim, se poderia, numa etapa final, fundir-se ao próprio Ser eterno.
Para exemplificar, Céu e Terra eram uma coisa só. Esta é a essência do culto aos patriarcas e da imortalidade. Os seres nobres permanecem na atmosfera terrena, cuidando desde os planos sutis de evolução dos vivos. Até por isto, eles tratavam de proteger este mundo, pois sabiam da continuidade entre os mundos. Todo o resto é (ainda mais) passageiro.
No mais, eles sabiam que o carma é a Lei das leis. Colhe-se sempre o que se semeia.

Então, o que Deus na realidade está fazendo, é agregar valor às suas coisas. É como se ele agisse como um industriário, que oferece não apenas a matéria-prima bruta, mas sim já manufaturada para uso imediato, sendo assim revalorizada.
Deus está reunindo a redenção da Terra à salvação das Almas, ou ao ingresso do Céu e no Paraíso, terreno e celestial, indistintamente. Pois é esta mesmo a fórmula da criação das civilizações. Elas nascem invariavelmente de um grande tour de force de heroísmo e criação, que gera elementos para todo um ciclo multi-milenar por vir, a partir de um ápice original.
Busca-se gerar assim, um processo lógico onde o valor será conquistado através do esforço criador, capaz de resolver todos os problemas existentes de uma só vez, e então reunificar uma vez mais todas as coisas.
Assim, além de todas as maravilhas que a Natureza pode voltar a apresentar, Deus ainda oferece coletivamente duas novas conquistas aos seres humanos: a iluminação e as almas-gêmeas. Que são, na verdade, a forma da perfeição nos dois pólos, o terreno e o celestial.
No mais, também vos oferecerá os restantes bens sociais e culturais: trabalho, fartura, prestígio, conhecimento, sabedoria... Não dizemos tudo para todos de uma só vez, mas aquilo que cada um deseja ou merece de fato, em cada momento de sua evolução.

Apenas que... estas coisas não podem ser buscadas de forma isolada. É preciso superar uma vez mais as barreiras das diferenças, tendo por base questões fundamentais, como é o bem-estar comum.
Um processo tão importante, profundo e amplo desta ordem, requer naturalmente critérios bem definidos, inclusive em termos de tempo e espaço. Não pode ser alcançado de forma desordenada e aventureira.
E isto será feito através da chave universal do êxodo rural, que representa hoje a solução perfeita para o mundo inteiro, a iniciar pelos setores completos da sociedade. Não é por acaso que este recurso é usado tradicionalmente no fechamento de todos os ciclos históricos, como demonstra a Bíblia em várias ocasiões, entre êxodos e diásporas programadas pelos sábios ou pelo Mais Alto em favor do seu Povo Eleito. Ontem foi a Ásia, hoje é a América do Sul que, em função do pulsar cósmico, recebe as atenções do Altíssimo.
Estudem, pois, os princípios do Projeto-Exodus, e o difundam entre os seus amigos. Organize grupos para abraçar a esta Causa Maior de redenção.

Almas-Gêmeas – Um Caminho para a Nova Era



Investigando sobre as razões profundas das Tribos de Davi, certas correntes cabalistas chegaram à revelação da existência das famílias de almas, e sobre isto os hebreus de­ter­­minaram a tradição de que, quando uma mulher se casa com um homem, também se casa potencialmente com todos os seus irmãos.
Naturalmente, esta é apenas uma exteriorização ou até a deformação de um princípio oculto de similaridade ou de identificação espiritual.
Para começar, as famílias estabelecem apenas princípios gerais, mas nunca deter­mi­nam uma extensão mais profunda de identificação. O verdadeiro matrimônio é real­men­te único, como reforçou Jesus e todos os ver­da­deiros sábios e iluminados. Tudo o que é realmente sagrado, é também dramática e gloriosamente único...
Os Doze filhos de Jacó (também chamado Israel, "o que luta com Deus") são um paralelo com a Escada que ele viu em sonhos alcançar os céus. Esta escada tem naturalmente sete degraus, e talvez Jacó pudesse ter agregado que os anjos nela subiam e desciam aos pares...
Obviamente as Doze Tribos estão relacionadas ao Zodíaco, assim como a Arca de Noé, onde os pares de animais representam o arco zodiacal onde os pla­­­­netas estão agru­­­pados dois a dois. O Zodíaco é representados através das águas, e a chegada da Arca no Monte Ararat é saudada com um arco-íris. Válidas entre os atlantes na Quarta Dinastia espiritual após o dilúvio universal ocorrido naquela Raça, estas são premissas que hoje se tornam sociais na Era dos Arhats e das Taras, a Quarta Raça sagrada que surge hoje no mundo.
Modernas eso­te­ris­tas como Alice A. Bailey e Dion Fortune afir­ma­ram que a Ciência dos Sete Raios es­­tará na base do verdadeiro matrimônio na Nova Era. E isto apenas restaurará as bases de certas práticas antigas. Da Índia védica nos chega até hoje uma tradição preciosa: a de reunir os casais atra­­­vés de dados astrológicos. Certamente esta prática está hoje muito deformada, ser­­vindo a interesses de castas por exemplo, coisa que desde Gautama (Sunya Dharma) foi desau­torizada.
Reconhecemos no entanto em tais procedimentos recursos de valor único, que não pre­tendem substituir as vias naturais do Destino, mas sim confirmá-las oportunamente. Sabendo de certas premissas essenciais, homens e mulheres poderão organizar suas existências com dignidade e prudência, sabendo inicialmente que cada ser humano é um templo do Altíssimo e que o matrimônio é algo que se destina a reunir, e da forma mais bela possível, realmente a todas as coi­sas: céu e terra, superior e inferior, passado e futuro, interior e exterior, masculino e feminino...
Tão grande promessa sugere que a única coisa sábia a ser feita é consagrar-se a Deus até que a Vida nos traga a síntese merecida, na certeza de que o esforço de um dos polos naturalmente move o seu oposto e os aproxima.

Projeto Terra – Emergência Planetária



Definições

“Projeto Terra”: expressão polivalente para evocar a “terra” como 1. foco de organização de uma nova economia; 2. planeta ou ecos (lar) comum; e 3. espírito de praticidade e de objetividade de ação.
“Emergência planetária”: expressão abrangente para evocar a situação emergencial, sob a geração de crise ambiental de âmbito planetário, sob esta chegada de milênio, e ao nível de: 1. Municípios; 2. Nações; e 3. Planeta. Cada uma destas esferas demandando a sua própria perspectiva de ação.

Propósitos


O “Projeto Terra – Emergência Planetária”, visa apontar caminhos e delinear passos a serem seguidos para atenuar a crise ambiental planetária em curso, e angariar soluções definitivas para diferentes esferas de organização humana sobre o planeta, a partir do foco dos próprios municípios mobilizados, preferencialmente através de redes micro-regionais, através de cidades e municípios que compartilham recursos naturais em comum.
Basicamente, o “Projeto Terra – Emergência Planetária”, se norteia pelo ideário e a informações arroladas pelo “Projeto-Exodus – um Mundo para Todos”, concebido a partir do ano de 2004 pelo filósofo brasileiro Luís A. W. Salvi. Contudo, o presente “Projeto Terra...” (2007) se insere num plano de ações mais localizadas, especialmente em municípios beneficiados pelo ICMS ecológico, outorgado a partir ano de 2008 para municípios que detém áreas especiais de preservação ambiental. Um primeiro laboratório disto está sendo proposto para a cidade de Alto Paraíso de Goiás e cercanias, podendo em seguida se estender a outras semelhantes desta região e de outras regiões do país.

PROPOSTAS

A Ecologia Humana: teoria & prática


Certas visões ambientalistas modernas de pendores pessimistas, tem colocado o ser humano como um agente quase crônico de desarmonia ambiental. Comumente, tais visões se norteiam pela idéia de evolução histórica linear, faltando-lhes, assim, a noção de circularidade que advém, especialmente, sob as crises periódicas que atravessa a humanidade, e esquecendo que aquele que destrói também pode reconstruir. Tal ceticismo deriva também do enfoque materialista da cultura universal, descurando a observação histórica da presença de intervenções providenciais também regulares, que dão novo rumo às coisas, fazendo da crise quase apenas um foco especial de observação para uma necessidade de renovação cultural em ampla escala.
A partir disto, trazem-se as seguintes propostas:

# a. Ambientalismo planetário

Qualquer idéia ou proposta, por melhor que seja, depende de se acatada pela população em geral. E para sermos realistas e práticos, como propõe ser o “Projeto Terra...”, tal coisa deve necessariamente passar pela linguagem e o entendimento popular, ultrapassando assim a esfera de entendimento das elites e mesmo os gabinetes oficiais.
A linguagem que o povo comum acata é, para além da saúde e da economia mesmas, a da espiritualidade, pois apenas isto dá um sentido à vida do homem simples. No caso, buscando-se um religare espiritual através da ecologia, como indica os nossos tempos ser necessário; como a milenar tradição universal tem demonstrado ser possível formular; e como tem sido apontado objetivamente, por exemplo, a partir da Baixa Renascença, através dos trabalhos de São Francisco de Assis. Naturalmente, uma renovação cultural de alcance, também demandará uma completa transformação espiritual da sociedade, face à oferta de valores renovados, mas que venha a acrescentar àquilo que já se tinha no plano religioso, e nunca para diminuir.
Assim, tudo inicia pelo próprio povo organizado e sensibilizado por suas lideranças populares, para alcançar as elites culturais e ato seguinte retornar às instâncias institucionais. Trata-se, numa palavra, da recolocação das bases sociais do Estado, voltadas neste caso para empreendimentos de interesses ambientalistas.
Somente isto, poderá permitir o ritmo emergencial das ações necessárias nesta direção e em diferentes esferas. E mesmo que crise venha, ela será recebida com um novo espírito e se estará preparado para aprender as lições necessárias.

# b. Evolução Sócio-Cultural

Conforme demonstra o “Calendário de Evolução Sócio-Regional Brasileira”, o Brasil se encontra sob um cronograma de evolução que aponta, na atualidade, para a organização de um terceiro momento sócio-cultural, também relacionada à organização da região Centro-Oeste (e seu foco na atual Capital Federal, Brasília), e pelo qual se tem buscado definir um novo extrato social, a saber, uma aristocracia cultural, caracterizada como é de praxe, pela valorização da estética, dos direitos sociais, e da proteção do meio-ambiente, dos recursos naturais e da soberania do país. Lembrando que o verdadeiro “aristocrata” é aquele que faz uso das coisas naturais, mas também as consagra ao Mais Alto, através de seus valores internos enobrecidos de comedimento, responsabilidade ambiental e compartilhar social.
Assim, caberá mobilizar todas as tendências concentradas em tornos destes interesses e concentrar esforços em favor da organização desta nova classe, focalizando também para isto, a região em vista, de modo a cumprir os planos tácitos e naturais de evolução e colocar bases para futuros desenvolvimentos. As dificuldades inerentes para levar adiante este processo, fazem parte de sua própria natureza, na medida em que se trata, nada mais e nada menos, de também colocar as bases dos valores heróicos e do espírito épico nacional. Somente sob este espírito, é possível vencer a crise desta hora, ou seja: de encontrar motivações para além da vida e da morte, que o guerreiro da paz encontra na eternidade do Amor universal, quer dizer, na iluminação do espírito, na eternidade da consciência, no amor perfeito das almas gêmeas, na perenidade da vida, na reencarnação, etc.

# c. A redistribuição demográfica

Neste quadro, urge efetuar uma redistribuição demográfica nacional, considerando o enorme desequilíbrio existente na ocupação do Brasil exterior e do Brasil interior, e também na correlação campo-cidade. A própria crise ambiental tende a levar as pessoas para os interiores e as regiões altas, cabendo, porém, se direcionar corretamente estes movimentos, para novas regiões e de maneira criativa. Assim, algumas pessoas serão trazidas, enquanto outras serão preparadas para recebê-las, num ciclo permanente.

C #1. Redefinição das correlações campo-cidade.

A cidade não deve ser apenas um pólo consumidor e nem o campo um pólo produtor. Deve haver vida própria e autonomia em ambos os sistemas, ainda que também devam estar necessariamente integrados harmoniosamente.
Para isto, deve haver equidade demográfica campo-cidade. Como também deve haver geração de cultura em ambos os pólos e intercâmbios culturais permanentes entre eles. Deve haver total e completa reciclagem dos resíduos, sejam domésticos ou industriais, assim como metas de contaminação Zero do meio-ambiente em curto prazo.
As pessoas serão motivadas a ir para a terra, não com a idéia de “produzir”, mas de lá viver, realizando para isto empreendimentos agrários de toda a natureza, com destaque para a agrofloresta, como uma questão emergencial contra a crise ambiental que já se agrava. Terão em vista que preparam o meio-ambiente para as gerações futuras, e que esta é a última oportunidade para gerar este investimento vital, sob pena de herdarmos apenas desertos para os que virão. Tenha-se como referência permanente, a delicada situação da floresta úmida, situada na mesma faixa de desertos ou de biomas semi-áridos, tendo por diferença unicamente a presença da água em abundância.

A Vanguarda Ecumênica e as Chaves do Porvir


Os buscadores da Nova Era constituem hoje, sem dúvida uma vanguarda ecumênica. Basicamente, eles intuem que as respostas para esta época não podem ser encontradas de forma mais limitada no tempo e no espaço. Por isto eles são viajantes transculturais e internacionais, aproveitando e aprofundando assim uma tendência de época.
Estes buscadores são daí naturalmente universalistas, de uma forma mais intensa que os defensores dos credos e religiões que, a seu modo, possam porventura pretender o ecúmeno. Procuram aqui e ali, e geralmente se afixam, como seria natural, sobretudo a filosofias de um modo ou de outro também em si universalistas.
“Ecúmena” vem do grego oikoumena, que significa “toda a terra habitada.” Diz respeito, pois, aquilo que conflui com todos, com o universal. Contudo, um dos grandes problemas do universalismo emergente, é que ele se depara com tradições antigas e esvaziadas.
É bem sabido que, pese o caráter nacionalista que, por imperativo ético, as religiões antigas mantinham, internamente estas culturas primavam pelo universal –no caso, um ecumenismo de natureza solar ou interna, como veremos–, a ponto de gerar, nos seus momentos de decadência, o panteísmo e muitas outras crendices e superstições, representando a etapa mais burda da difusão de saberes iluminados, entregues a mentes menos capazes nas épocas menores da História. E é nestas etapas finais que muitas vezes se acham as culturas, quando chegam a se abrir para o mundo.
Ainda assim, elas sempre têm muito a dar, a partir de alguns espíritos guardiães e, desde fora, através dos buscadores mais sinceros e apaixonados. Nisto, um dos aspectos de amadurecimento, é quando o movimento externo do ecumenista moderno, tempera o espírito anárquico com o de hierarquia, e se equilibra de forma madura pela defesa da Tradição, não nos seus dogmas inevitáveis, mas em suas verdades sagradas capaz de ser reveladas e difundidas, adotando e sendo adotado por uma cultura, e constituindo assim uma resistência cultural sólida. De fato, uma das grandes tarefas de toda a vanguarda ecumênica, é a defesa intransigente da tradição.
Isto pode também levar um tempo limitado, pois o buscador não raro leva consigo o sentido de dever com suas raízes, ainda que incipientes, de modo a levar a elas algo do que aprendeu.
Como um peregrino cultural, o ecumenista maduro encontra verdades preciosas em muita parte, e é assim que ele vai desenvolvendo as suas sínteses e recompondo um todo. Talvez mais num plano espiritual do que intelectual. Pois este poder ativo de união, tende a requerer já um espírito maduro.

O Universalismo Solar

O Universalismo Solar é a verdadeira vanguarda do Ecumenismo. O caráter “solar” é alcançado, no momento em que uma síntese é encontrada.
Em contraparte ao universalismo “lunar” dos buscadores, assim chamado porque se exerce desde fora para dentro –e por isto não raro encontrando contradições–, o aspecto solar dos iniciados é inteiramente composto de sínteses e paralelos.
O espírito solar é alcançado, não apenas pela comparação profunda, mas sobretudo pela realização espiritual plena em alguma corrente, que também pode se dar dentro de escolas novas ou reformadas.
No momento em que um espírito se realiza, ele organiza métodos e sistemas espirituais. E considerando que tudo possui as mesmas bases originais, este iniciado também pode reencontrar os arcanos perdidos.
O iniciado exercita-se naturalmente na síntese e no resgate dos saberes profundos, encontrando paralelos entre todas as coisas, assim como dimensões insuspeitas. E quando não descobre uma identidade precisa, esboça pelo menos uma aproximação satisfatória entre todas as culturas e religiões. Ele busca ver tudo a fundo, e descobre sempre caminhos para o comum e o semelhante –sem com isto pretender nivelar a tudo, mas pelo menos ensaiando caminhos para a aventura da unidade.
Isto pode ser realizado no foro de diferentes instituições –interreligiosa, interpolítica, intercultural, interracial, etc. Da mesma forma, também se pode buscar confluências internas entre todas as ramas, tornando-as complementares entre si. Esta unidade é própria do universalismo solar, revelado e iluminado.
A partir destas potencialidades universais, um iluminado pode ainda efetuar uma reforma, tal como se espera em nossos tempos do Cristo enquanto instrutor mundial. E com isto teremos a unidade social, a pluralidade cultural, a integração racial e a tolerância religiosa plenas. E deste modo, construir a verdadeira civilização, onde tudo está aberto a todos, em toda parte e sempre.
Temos demonstrado já a forma como o ecumenismo espiritual é capaz de congregar organicamente a todas as religiões, dentro do modelo do homem planetário (considerando as características principais de cada religião) e, a partir disto, formular caminhos para a experiência individual múltipla e progressiva; naquilo que seria uma autêntica religião ecumênica organizada. É claro que isto sempre terá algo de esquemático, uma vez que todas as culturas apresentam muitos níveis. Ainda assim, num plano mais geral, não será difícil observar a excelência de cada uma e sua mútua complementaridade.
O ecumenismo perfeito, respeita profundamente o próximo, buscando auxiliá-lo com sua própria luz. Possui já uma tônica relativamente auto-centrada ou equilibrada, pois se capacita já a organizar um todo, sabendo não necessitar tanto do movimento para fora, ao mesmo tempo em que deve tratar de proteger aquilo que tem conquistado, na defesa contra a ignorância e a barbárie, a tirania e a espoliação. É isto que gera, enfim, as fronteiras da cultura, as ilhas de perfeição, as idades de ouro.
O despertar de valores superiores, deve ser um motivador definitivo para as organização do universo cultural.

Para Preservar a Luz


Uma grande Luz se fez dentre as mais densas trevas...
Aqueles que estiveram atentos aos acontecimentos da década de oitenta, sabem o quanto esta década foi negra, dado ao apogeu da Guerra Fria e o terror institucionalizado que o acompanhou, vindo a se consolidar no estilo de vida dark, sob na mais ampla falta de esperanças por parte dos seres humanos que, no geral, apenas desejavam usufruir da vida como se nada mais houvesse no céu ou na terra. Não se precisaria de mais nada para tipificar a situação.
Contudo, “Deus é grande”, e eis que no próprio apogeu desta situação, em 1988, uma grande luz emergiu, vindo a desencadear e a reforçar tendências mundiais curativas, de modo que, já em meados do ano seguinte, ruía o Muro de Berlim, símbolo visível da divisão do mundo, e logo, no começo da década de 90, já respirando um novo fôlego; a humanidade se organizava para debater o seu maior e mais urgente problema, que é aquele de ordem ambiental, na Conferência Rio 92.
É sabido que o número 8 está associado à idéia de ajuste de carma, e o duplo 8 representa o ápice natural deste resgate. Sucedeu daí que, nesta altura, um Ser aguardado se iluminou, e no sentido mais amplo do termo, abrindo na Terra um poderoso canal para as energias divinas.
Desde então este Ser tem sido “a luz do mundo”, ainda que nem sempre sob todas as evidências, como tende a acorrer com uma luz que, afinal, é acesa num valo profundo, já que tais processos costumam acontecer também em meio às maiores crises pessoais, de saúde inclusive –é a chamada crucificação espiritual, atestada em quase todas as biografias divinas, e que mantém os iluminados por longo período na condição de sobrevivente, ante provas absolutamente supra-humanas. Alguns sinais podem todavia se evidenciar, tal como a capacidade de revelar saberes ocultos, a título de vidente ou profeta. No caso, tem sido possível somar quase cem densos livros (cerca de 20 mil páginas) em menos de 20 anos de esforços, num legítimo trabalho testamentário.
E após muito revelar sobre os tempos, o nosso planeta, a natureza humana e os mundos superiores, na atualidade este trabalho atinge uma etapa muito pragmática através do Projeto-Exodus, destinado a colocar ou completar as bases sócio-culturais das futuras civilizações.
Este verdadeiro “regresso à vida” (ou à atividade), carrega é claro sempre fortes riscos, sobretudo quando envolve e delicada questão agrária, como é o caso, e no Brasil; mesmo que se busque meios legais e pacíficos.
Assim é que fica o presente alerta. De um lado, sobre a urgência de se encetar esforços no sentido de passar adiante este facho de luz espiritual, da forma mais plena possível, para que não se crie um vácuo de luz espiritual, que poderia ser por demais perigoso nesta altura da crise planetária. Para isto devem ser criadas escolas de iniciação e de iluminação, cultora de uma ética viva e dos mistérios da Eternidade (como as “Casas da Vida” egípcias), e seguir os precisos ensinamentos espirituais científicos atualmente acessíveis para se alcançar a isto.
E de outro lado, para o caso desta luz se apagar antes do tempo, sem deixar uma sucessão mais evidente, especialmente ao nível de consumação espiritual ou iluminação, que se busque estreitar ainda mais o conhecimento sobre as novas Fundações, e encetar uma espécie de demanda pelo Santo Graal, até que algum escolhido possa restituir de certo modo a luz perdida, ao reencontrar a Palavra Perdida que somente pode ser outorgada aos Hansas (Cisnes) realizados.
Para todos os efeitos, deixamos ainda as seguintes indicações, raras mas precisas:
1. ÉTICA: Não se alcança a iluminação focalizando apenas na própria iluminação, mas no serviço compassivo determinado, a Deus, ao Próximo e à Natureza.
2. TÉCNICA: É preciso manifestar os três aspectos da Mônada: Som, Luz e Amor, reconstruindo-os com precisão e reunificando-os então através de Chave a ser dada.
Que estas preciosas indicações possam ser um farol seguro nestas horas de incertezas da Terra.

LAWS, 20 de Novembro de 2006