Esta página ilustra a diversidade temática das obras publicadas no Editorial Agartha, não obstante o seu universalismo. Ver TÍTULOS dos textos nos links da direita

............................................................................. (HOME)

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O Forasteiro (conto)

“Certa vez um viajante se dirigiu a uma terra devastada. Partira nesta jornada insólita, movido por vozes internas, às quais costumava ouvir e obedecer.
“Trazia consigo uma pepita de ouro, herança de antigos negócios, realizados em lugares distantes.

“Chegando lá, as pessoas da região lhe perguntaram que embrulho era aquele que carregava com tanto cuidado.
“Ele então, destemido, abriu e lhes mostrou o seu pequeno tesouro.
“Estranharam aquilo. Jamais haviam visto nada assim. Perguntaram-lhe então quê era aquela pedra brilhante.
“–É ouro.” Respondeu ele.
“Todos ficaram estupefatos. Fazia muitas e muitas gerações que ninguém via ouro por ali. Já se dizia nunca haver existido tal coisa entre os mortais. Que era uma dádiva dos deuses.
“Revoltados, logo começaram a protestar:
“– Mas, isto é impossível! Não existe ouro neste mundo. Muito menos aqui neste lugar!”
Outros, ainda mais exaltados, já vociferavam:
“– O ouro pertence aos mitos –é coisa do céu. Prendam o estranho! É um herege.

“E é isto o que contam os viajantes que passam por aquele local. Não se sabe ao certo como termina a estória. Se o viajante terá tido tempo de demonstrar a veracidade de suas afirmações, ou se as pessoas sequer teriam real interesse nisto.
“Certamente não, aqueles que até já eram sacerdotes do “deus-ouro”, e faziam o deus ignoto à sua própria semelhança.
“Que audácia a do forasteiro, trazer ouro verdadeiro até aquele triste lugar!
“Teria acaso idéia do preço que lhe cobraria sua revelação? Nunca saberemos. Ele já não está aqui para falar de seus sonhos.
“Mas todos conhecem alguma estória assim.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário